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Mostrando postagens de março, 2010

Dos que desesperam

O caminho para o desespero é inevitável, tudo na vida torna-se cruel, numa ótica excessivamente humana, seremos sempre seres desolados, estrangeiros de nós mesmos, cada qual inconscientemente perdido de si, sem esperança, crença, desiludido. Como que necessariamente desesperados por deixarmos de ser, deixarmos de crer, ou ainda, de tentarmos almejar o posterior, assim somos, indefinidos por condição, ásperos por caráter, desprendidos de essência, inconciliáveis com a natureza. Persona trágica, a vida humana é fictícia, assim creio eu, somos inventados, pré-moldados, irreais até certo ponto quando afirmamos o que somos. Não é novidade acreditar dessa forma, porém, se configura certa impossibilidade não refletir sobre determinadas hipóteses. Há um desespero íntimo à minha natureza. Não aquele Kierkergaardiano, do qual traços de resignação religiosa me causam ojeriza, mas aquele descrente ativo, isso mesmo, paradoxalmente ativo, como reflexo ou extensão de minha consciência, perante a

Logicamente que deus não existe (recordações lógicas)

Se a palavra realmente diz algo sobre os fatos existentes, numa suscetível concepção lógica em que as coisas nomeadas adquirem realidade, proximidade entre o discurso e o objeto, numa certa medida existem proposições que podem ser tomadas como verdadeiras. Aos que possuem amor à ciência das formas do pensamento, os teoremas, axiomas, são frutos desta paixão, retidão libidinosa, pura e verídica. Faço desse discurso sinóptico e tendenciosamente metafórico, preparação para uma verdade com base nos fundamentos lógicos e, por assim ser, irrefutável. “ Se deus quisesse evitar o mal, mas fosse incapaz de consegui-lo, seria impotente; se fosse capaz de evitar o mal, mas não quisesse fazê-lo, seria malevolente. O mal só pode existir, se deus não puder ou não quiser impedi-lo. O mal existe. Se deus existe, não é impotente nem malevolente. Portanto, deus não existe ”. Recordações sobre as aulas de lógica, cretino padre que emitiu tais palavras (verdades).