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Mostrando postagens de abril, 2017

Distopia e violência: televisores de LED e uma visão do inferno!

Deitado de bruços concentrado olhando o teto da sala de estar. Seu ânimo afetado por viver num país escroto. Uma bota gasta na cara da juventude, uma tradição oligárquica viciada por poder, lançando mão de estratégias tecnológicas fetichistas, aparência distópica, uma realidade plástica e cinzenta. Deitado naquele sofá nada parecia lhe devolver o viço da existência. Sem gozo, gargalhadas incontroláveis histéricas e ensurdecedoras, zuniam em sua cabeça. Estava enlouquecendo? Como ele desejaria enlouquecer, naquele momento, de súbito, num acesso de fúria arrancar, com uma mordida, a orelha de um militar. De um professor, aula de metafisica, aquilo não fazia mais sentido. De um pai de família, dívidas, fraldas cheias de merda, e a esperança dilacerada. O mundo estava hostil, aquele país era o pior lugar de todos. Não era um regime totalitário, modelos retrógrados, violência institucionalizada, monopólio dela e adesão popular a ferro fogo , coturnos e balas de fuzil. Era através de uma

Foi um olhar, uma cerveja...

Foi um olhar, uma companhia para um gole de cerveja, poucas palavras, mas uma aproximação espontânea e inesquecível. Guardei aquela imagem na memória, sentia uma espécie de sensação atraente, algo naquela garota me atraia, eu queria conhecê-la. Tinha receio de falar alguma besteira, sempre que a via não sabia o que dizer, me aproximava e lhe oferecia algo para beber. Ela nunca recusava e isso me deixava maluco, doido, eu queria beijar aquela boca, seu batom vermelho. Recordo que estávamos numa mesma festa, numa cidade no interior da Paraíba, eu a vi e fui em sua direção. Ela estava tomando cerveja, me ofereceu um gole, não resisti, ela pegou na minha mão e me puxou para dançar. Eu nunca arrisquei a fazer algo do tipo, ela me embalava, conduzia nossos passos e eu me deixei levar, sentia o seu cheiro, agarrei seu corpo contra o meu e quando a música acabou, nos despedimos. Fiquei com sua imagem na cabeça, loira, boca vermelha e o cheiro de cerveja. Sai daquela cidade tão bêbado que q