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Mostrando postagens de julho, 2009

Vida (descrição)

Um turbilhão de instantes Dilacerados na incerteza cósmica Invariante, sinuosa e fugaz Para muitos, passa despercebida, por mais vivida A vida é inconstante e concreta Faz do medo a conservação e da felicidade um entorpecente Um fragmento de espaço num medíocre intervalo do tempo Redemoinho das certezas mais incertas.

AUTOCONHECIMENTO

AUTOCONHECIMENTO, conservação do espírito critico Esclarecimento sem limitações Sem entraves de consciência Por si só, no mais autêntico reconhecimento.

Antonin Artuad (marginalidade, anarquismo e poesia)

Bom, falar desse indivíduo é ter a priori a consciência de que foi uma figura marcante no cenário crítico e marginal do séc. XX. Antonin Artuad foi escritor, poeta, ator, dramaturgo, roteirista e diretor teatral de tendência anarquista. Figura enigmática foi tido como louco, internado em vários manicômios franceses e submetido a sessões de eletrochoque. Avesso ao caráter intelectualista da época, procurou ao máximo expressar suas idéias de forma livre de preconceitos, sejam eles acadêmicos ou doutrinais. Esse poeta desgraçado nasceu em Marselha no dia 4 de setembro de 1896, e foi encontrado morto em um quarto de hospício na cidade de Paris no ano de 1946. Suas contribuições foram enormes, a quem considere que foram mais expressivas no campo teatral, mas na minha opinião vejo Artuad como um todo, onde suas partes, seu posicionamento político, filosófico e cultural o completam. Antonin vasculhou o universo humano cheio de contradições e de uma profundidade assustadora. Ele colocou os pés

PERSONA

Ingmar Bergman, este em minha opinião é um dos maiores cineasta, não só pela inovação e ousadia que suas obras representam no âmbito da cinematografia, mas pelas questões trabalhadas, ou melhor, pela representação dos problemas, sejam eles psíquicos, sociais e filosóficos que são discutidos e sempre presentes em seus filmes. PERSONA é um clássico do cinema sueco e mundial. Este filme estreou em 1966 em Estocolmo, há exatos 43 anos, e desde sua estréia causa polêmica e surpreende cinéfilos de todo o mundo. O filme de início apresenta uma introdução surreal com imagens de sacrifício, dor e morte. A quem associe as imagens à vida do cineasta, é melhor conferir o livro ( Imagens ) que o mesmo escreveu e que já existe traduções por aqui. O restante do filme trata da história de uma atriz, Elizabeth Vogler, que logo após a representação de Electra deixa de falar. Seu mutismo em relação às outras pessoas é geral, o que a leva a ser internada numa clínica. Seu quadro clínico é indiferente,

Deus de Prótese (Alusão a um conceito freudiano)

Esta idéia que se corporifica na crença, cega, equivocada e autoritária Prende e isola na dor vendendo desgraças comuns Doa ignorâncias aos que lhe seguem, mente, ressente e a vida é violada Dos segredos fazem temor, das evidências mentiras Humilha, castiga, o homem fez desta sua imagem e semelhança Sua compaixão seduz, alivia os desgraçados A tudo corrompe até mesmo a história Aos que pensam e expressam seu pensamento são ou foram calados Os homens que a criaram e deram-lhe vida amargaram no esquecimento Isto foi fatal, pois esqueceram que esta idéia que se exteriorizou e tomou corpo sempre foi o próprio homem, um animal incompleto, cheio de necessidades, que para tanto, criou um complemento que assim crê como perfeito, uma espécie de prótese num deus, deus de prótese.

O mito de Sísifo - Albert Camus

O suicídio para Albert Camus apresenta-se como um problema de carát er filosófico. Na obra O mito de Sísifo este pensador revela as estruturas do suicídio analisando-o de forma sistemática. Ao refletir o suicídio como um problema filosófico, verifica-se o surgimento de um novo conceito camusiano nomeado de absurdo. Este conceito analisado e exposto nas obras de Camus, além de possuir um caráter filosófico, configura-se num sentimento que rompe o homem da vida cotidiana. O conceito de absurdo , na filosofia de Camus, consiste em propor uma solução filosófica para o problema do suicídio. Para este fi lósofo , o sentimento do absurdo põe o dilema acerca do valor da vida. É ele que tira o homem do seu mundo familiar e o joga numa realidade desconhecida, na qual os costumes e as certezas anteriores perdem seu sentido, deixando-o desamparado e solitário. O problema do suicídio resolve-se pela via do absurdo e da revolta. É através da reflexão acerca do absurdo da existência que a pro

PAIS E FILHOS - IVAN TURGUÉNIEV

A obra de Turguéniev publicada em 1862, uma época de grande agitação social e política na Rússia, período este marcado pelo fim da servidão oficial, dando início ao surgimento de rebeliões camponesas. Foi nesta obra que se popularizou o termo niilismo, aplicado à personagem principal Eugênio Bazarov. Sua repercussão foi considerável, e após a publicação iniciou-se na Rússia uma série de atentados e movimentos. O livro começa com o retorno do jovem Arcádio a casa de seus pais, depois de terminar os estudos universitários, traz consigo um amigo chamado Eugênio Bazarov, este mais velho que aquele. Eugênio se caracteriza em ser um niilista, despreza os valores tradicionais, resumindo, é um indivíduo descrente, que não crer em nada. Este personagem representa as novas idéias que estão surgindo no grande país, a exemplo do niilismo, e com isso entra em confronto com a figura que representa a tradição o tio de Arcádio assim chamado de Páviel. No desenrolar da estória o embate entre tradição e

Whilhelm Busch

Certa noite ao fazer uma leitura da obra freudiana " O mal - estar na civilização ", deparei-me com uma nota de roda pé posta pelo tradutor na qual fazia alusão a uma frase de Wilhelm Busch. A frase era a seguinte: "Aquele que tem preocupações, tem também aguardente." Pois bem, na mesma hora fiquei curioso em saber quem era esse tal de 'Busch' e corri para pesquisar na internet. De imediato não fiquei surpreso em saber que ele era um escritor, isto era óbvio, mas quando percebi que além de escritor, ele também era caricaturista, pintor e cartunista, me motivei a pesquisar mais sobre esse indivíduo. Nascido em Wiedensahl na Alemanha, Wilheim Busch (1832-1908) escreveu inúmeras obras entre as quais a que se destaca é Max and Moritz (Juca e Chico) traduzida para o português pelo poeta Olavo Bilac. Até o momento não tive a oportunidade de ler esta obra, mais uma que guardo na minha lista de leituras futuras.Como citei, além de escritor Busch também d

Para pálidos filósofos.

Arrancaste a tua verdade da impotência pálido filósofo Com medo e desventura assumiste o que não és, real e verdadeiro. Homem de palavras confusas, desnorteia-se no labirinto solitário, velando com vagas idéias o vasto mundo inominado. Tu és rasteiro pálido filósofo, nunca sentiste teu pensamento, avesso ao irracional a tua ilusão se fez real, sem cor, sem vontade assim és tu pálido filósofo...