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Mostrando postagens de julho, 2017

Meu Jardim

Minhas plantas, flores em jarros, domesticadas raízes, Traduzem os meus dias atuais. Não se trata de felicidade plena, longe disso, caro amigo, Trata-se de um sentimento prazeroso, como criança brincando em chão de barro, Do qual é feito os mesmos jarros das plantas que em casa possuo. Gato que se espreguiça no raio de sol, quente e enfadonho, Como as sestas do meio dia, depois de um saboroso banquete, Feitos por mãos de mãe. Mãe que tem medo do filho perdido, confuso, Édipo protegido em leito. Nem Dorian, muito menos Alan Delon, mais puxado pra menino de feira, Baixa estatura e de jeito acabrunhado, “- zango rápido e pouco falo.” Mas hoje a felicidade, me trouxe sapiência,  Que em texto fiz este poema, Perto das plantas e das flores nos jarros.

Me leva correnteza!

Num muro branco enormes letras vermelhas de uma pichação formam a frase: “Me leva correnteza!” Todos os dias passo por esse mesmo lugar, e lá estão em letras garrafais: “Me leva correnteza!” Quem teria escrito tamanha impulsividade, força, desejo? Que correnteza tamanha seria essa capaz de arrastar o meu EU? “Me leva correnteza!” Deixaram para trás, aquele pensamento, momento, uma espécie de mandamento existencial, Que toda vez que vejo, parece fazer menção a força vital das coisas. Correnteza, constante, sem rumo traçado, levando com sua força a inércia das pedras, Meu cotidiano, os quadrantes da minha vida comum. Correnteza, corrente de águas, fluxo e fluidez, Nos dizeres pichados em muros, as marcas de cada um de nós. “Me leva correnteza!” Lembrete diário para uma vida inteira, Do esforço mágico e atrevido, subversivo, por que não? De quem sai a pichar muros, como uma brincadeira com giz de cera Criança rabiscando nas paredes, “Me leva correnteza!”