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Mostrando postagens de julho, 2010

Elegia Maldita

Incrustável realidade, Que zomba da minha insignificante existência Nas mazelas de uma vida decrépita, Do nascimento até os últimos dias Um escárnio impingido no meu ser. Utiliza-se de minha fragilidade E me lança na desgraça infinita, Recordando-me o Augusto, inócua criatura, No cósmico gozo do verme, do transcendentalismo mistério, Que encravasse no peito de um vencido. De Rimbaud à Mallarmé, Do Artaud à Rabelais, Aspiro em todos estes marginais O profano, descrente e libidinoso Fruto do ventre maldito. Sou esse condenado a viver Que na tormenta dos dias Anda como um zumbir nas noites a se perder Desejando encontrar outrem Com igual desgosto.

Recordações

Uma noite qualquer em mais um instante esmo da vida, momentos que impregnam a memória de recordações prazerosas surgiam. Inesperadamente tudo começa a acontecer com certa intensidade e impulsos, vontades, desejos são objetivados em nossas ações. “Nós humanos exploramos a existência e carregamos conosco suas conseqüências: decepções, revolta, encantamento, prazer, tristeza, tudo isso, completando necessariamente nossa existência”. E naquela noite aparentemente insignificante, a vida ia pouco a pouco se manifestando e envolvendo seres até o momento indiferentes. Recordo-me ainda do gosto de vinho que, entre os seus dedos, fora derramado me induzindo instintivamente a volúpia. Não havia mais receio de querer para si, de efetivar os desejos sobre qualquer circunstancias, aos poucos as coisas iam se construindo, sem permissão, mas com intensa vontade, desrespeitando convenções, estávamos totalmente entrelaçados aos instintos. Não é preciso esforço algum para recordar momentos tão prazeros