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Mostrando postagens de outubro, 2009

A arte como produto convencional.

Admiro algumas produções artísticas, mas não sou de estar endeusando tais coisas. Motiva-me na maioria das vezes apreciar produções que aspiram a destruição futura da arte, ou melhor, do caráter tão elevado que atribuem a esta ocupação, e também daquelas que fogem das salas de colecionadores medíocres. A arte pela arte não se sustenta mais, a hegemonia de alguns se transfigura na má índole artística. Submeto-me ao gosto, não as técnicas ou o modo de fazer complexo das artes, e prefiro o perecimento de tais coisas no mundo do que a vanglória e a conservação das paredes seletivas dos apreciadores. Hoje em dia todo mundo é artista, de uma forma ou de outra, todos escrevem livros e buscam se constituírem como seres cultos, se isto é uma banalização do bom gosto, ou do ridículo comportamento comum dentre os pseudos-intelectuais, isto pouco me importa. Não me venham com comportamentos pré-definidos, um “menu” do que devemos consumir. Cada qual com sua tolice. Estamos impregnados de c

Diálogo sem justificativa

Ao me deparar com um velho amigo, apressei-me e não hesitei em lhe falar o que há meses vinha pensando. - Não adianta fingir, fazer de conta de que nada aconteceu, somos todos responsáveis por aquilo que nos envolve. Jamais precisarei omitir meus sentimentos, minhas vontades, isso jamais, quero dá um basta, as minhas fragilidades, as minhas dissimulações, se é que você me entende? Ao me ouvir, o velho amigo dispensou as formalidades convencionais e me disse olhando nos meus olhos: - Sim, claro que estamos todos envolvidos, faz tempo, desde que tudo começou só agora resolvemos ser, ou para ser mais preciso, só agora resolvi ser eu mesmo. Percebi sua sinceridade, ele me falava com convicção, senti seu pensamento, pela primeira vez ele me afetou com veracidade e isto me fez sentir o quanto ainda gostava dele. Completei aquele raciocínio, pois, nós estávamos em sintonia e queríamos logo-logo resolver tal problema, se é que posso atribuir este caráter ao fato. - Meu caro, venho

Existências

As coisas e os seres no mundo desfrutam da mesma existência? Queria eu pensar e acreditar nisto, como algo verdadeiro e de forma imediata, nos múltiplos sentidos que a palavra existência comporta em si, me conformar com esta possível unidade existencial, subordinar-me a esta pergunta invertendo-a numa assertiva conclusão. Há, como sou ansioso na crença, como me conformo com afirmações tão restritas, no mundo somos indiferentes até com nós mesmos Divergentes no mundo e com todas as coisas Desfrutamos de existências singulares num único espaço fictício e/ou natural Correspondente às partes constituintes do cosmo Uma pluralidade fatídica e instransponível Tanto para o humano como as coisas em geral Somos partes numa totalidade necessária e acidental Contrapontos de uma existência transgressora no mundo Além de vermes, somos tudo quanto possui e expressa vida Também somos morte, acreditamos em outras vidas Mas apenas nos apegamos a um único modo Dentre vários

Dúvidas Verdadeiras

Há essas dúvidas tão verdadeiras Que me regem, me repelem de certas certezas. Comum, sem se precipitar e fingindo inocência Impulsiono-me ao equivoco, desperdício, desraigado e faminto Só resta eu e por isso não me espanto, nem me resguardo São inúmeras as maravilhas, os desejos, as fantasias Mas, eu sei que essa guerra é minha, solitário, estúpido, anima Toda a existência é venial, face a face somos todos bestiais São possibilidades não verdades, orgasmos espaciais Constelações de idéias no centro do universo Somos incompletos substanciais, sem este “em si” que tudo diz compreender. As dúvidas são simpáticas verdades quando se prefere a calmaria das incertezas.