“Sou ignóbil, ignóbil, ignóbil! Acreditei durante considerável tempo em minha vida, neste asqueroso ser intangível, mortificando-me todos os dias”. Foram essas as malditas palavras que pronunciei ao me ver enfraquecido diante da medonha idéia do ser supremo. Solapado de crendices tradicionais, presenciei minha miséria de espírito e fui capaz de ser covarde face as minhas incertezas. Foi um preciso sonho que me desvelou a inutilidade da existência divina e sua cruel realidade distinta. Ao me deitar depois de um dia cansativo e insípido, fechei meus olhos e dei início a minha prece. Numa seqüência habitual parti do pai nosso, e logo estava empreendido numa reverência súplica à madre pura e superiora mãe de todos os pecadores. O sono veio como um desmaio e o inconsciente ditou as normas do meu organismo. Tudo era escuridão numa imensidão assombrosa, vozes se entrecortavam sendo impossível distinguir palavras, frases, sílabas, eram no mais ruídos incompreensíveis, porém ruídos humanos....
COLETÂNIA DE IDÉIAS