Meia garrafa de vodka, ainda tudo continua no mesmo lugar...
Embriagado? Hum... Com meia garrafa e com essas idéias na cabeça isso parece pouco, não costumo ficar bêbado assim tão rapidamente, acredito que sou forte suficiente, ou melhor, até certo ponto, pois ficar bêbado requer tempo.
Luzes, ruas, solidão, à noite e suas características tão peculiares. Lembrei do romance que estava lendo e que se encontrava esquecido entre minhas quinquilharias... Roupas, outros livros talvez também esquecidos. Na maioria das vezes começo a ler um determinado livro se ele, ou ainda, se eu não me envolver com aquelas palavras, sentir o conjunto das frases e seu significado, tudo perde seu valor, me volto à violência cotidiana, o raio fumegante dos instantes consecutivos do mundo humano estúpido. Minhas relações deixaram de ser inocentes, se é que isso foi possível em algum momento, hoje vivo de estratégias num jogo macabro onde quem sair da linha rapidamente é esmagado. As pessoas no seu íntimo são cruéis, a malevolência reina num mundo de interesses superficiais e cretinos. Um cigarro neste exato momento preencheria um vazio, reduziria minhas ansiedades, acabaria com a pureza que há tempos já não existe mais em mim.
Nunca acreditei em milagres, jamais consegui ser tão mentiroso, afinal nunca menti tão bem, isso sempre foi meu mal, e a verdade depende de certo ponto de vista, que na maioria das vezes são equívocos, nem sempre correspondem aos fatos. Cansei dessa bebida estúpida, é sempre cansativo beber, a ressaca demonstra isso. Essa desordem entre vodka, livros, a noite e os milagres possui uma relação estreita com os meus desprezados ideais, tudo numa lavagem metalingüística que se formou numa tediosa noite de terça feira, onde as pessoas e as coisas continuam no mesmo lugar....vão a merda codificadores da existência, assim falou o hiperbólico EU.
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