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PERSONA



Ingmar Bergman, este em minha opinião é um dos maiores cineasta, não só pela inovação e ousadia que suas obras representam no âmbito da cinematografia, mas pelas questões trabalhadas, ou melhor, pela representação dos problemas, sejam eles psíquicos, sociais e filosóficos que são discutidos e sempre presentes em seus filmes.

PERSONA é um clássico do cinema sueco e mundial. Este filme estreou em 1966 em Estocolmo, há exatos 43 anos, e desde sua estréia causa polêmica e surpreende cinéfilos de todo o mundo.

O filme de início apresenta uma introdução surreal com imagens de sacrifício, dor e morte. A quem associe as imagens à vida do cineasta, é melhor conferir o livro (Imagens) que o mesmo escreveu e que já existe traduções por aqui. O restante do filme trata da história de uma atriz, Elizabeth Vogler, que logo após a representação de Electra deixa de falar. Seu mutismo em relação às outras pessoas é geral, o que a leva a ser internada numa clínica. Seu quadro clínico é indiferente, pois a mesma não possui nenhuma doença, apenas optou por não falar. Uma enfermeira de nome bem sugestivo “Alma” fica encarregada de cuidar, ou melhor, acompanhar esta paciente. Mais tarde, a conselho médico, as duas se isolam em uma ilha, passando assim a desenvolver certa intimidade acompanhada de cumplicidades que levam as duas a estabelecerem uma incessante troca de identidades.

É uma experiência estética inesquecível, o filme mexe com nossas emoções mais íntimas, inquieta o espírito e faz com que cada cena seja atentamente percebida. Assisti umas três vezes, recomendo é uma bela obra de arte e para mim faz de Bergman um dos maiores cineasta.


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