Seres flutuantes em cavernas obscuras descobrem o sentido do nada. Presenciam veleidades volitivas, desconexas conspirações entre a humanidade e o cosmo. Reviram-se entre os escombros cerebrais e o declínio humano, como pútridos seres que insistem em viver em suas lúgubres cavernas, cômodos ataúdes. Selvas petrificadas, monstros velozes, hábitos artificiais, corpos moldados e pré-determinados. Matam-se, gozam sadicamente, sensualizam o fracasso e a submissão, no topo de suas violentas relações. Aspiram ao nada, se realizam na ambição, corrompem os ciclos, impõem facciosos dogmas. Pássaros metálicos, ondas cibernéticas, sexos virtuais, vidas digitalizadas, semiótica filológica contemporânea. Felicidades fétidas, num presente sem futuro, perdidos, desolados, inconsolados em suas misérias. Seres de fome antropofágica insaciável, de doenças inumeráveis e lamentações indignas, arrancam da pele o combustível miserável que impulsiona a máquina moderna. Suas cavernas são propriedades tecnologicamente invioláveis e defendidas por leis ficticiamente culturais. Frigidos, mesquinhos, cancerosos que se fazem donos de tudo e de todos, escravizam com palavras sutis construídas por sábios mercenários, doutores mendicantes de migalhas roubadas. Lógica psico-violenta, criminalística letrada, metafísica totalitária, científico genocídio postulados por seres habituais. Intelectualidade fascista, imbecilidade social, suposta normalidade existencial que garante a razão como suporte de toda malevolência, desde tempos remotos pretendem dominar a tudo quanto existe. Seres que somos e que pretendemos ser, ontologicamente desraigados do mundo.
Bom, pra quem gosta de uma boa música aqui vai uma dica que, em minha opinião, despertará a curiosidade acerca deste nome. Minha dica é o cantor, poeta, pintor e compositor Belchior. É isso pessoal, por mais que alguns afirmem que existem “intocáveis” compositores brasileiros, a exemplo de Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius, dentre outros, este cearense despertou minha curiosidade e me fez perceber que a música não tem limites estéticos, e que não existem tais cantores intocáveis. Sem bajulice ou coisa parecida, aqui escrevo sobre este figura por sentir e perceber a um bom tempo a qualidade de suas composições. A diversidade presente em sua obra é marcante e os ritmos se confundem numa salada de poesia, filosofia e estilos musicais. Inúmeras são as músicas que há tempo são apreciadas pelo gosto popular: “Apenas um rapaz latino-americano, Medo de avião, Fotografia 3x4 e Tudo sujo de batom”, são exemplos que já se tornaram banais. Sua originalidade estética não se resume apenas a es...
são maus os tempos...
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