
O existir descarrega sobre minha mente lamentações. Cambaleando continuo em direção aos guetos humanos, onde seres hepáticos, fragilizados de olhos amarelados, todos ao meu redor constituem o ambiente. Vejo sangue jorrar, sinto o cheiro da carne queimando, vi a esperança humana ser pisoteada como um insignificante verme. Senti prazer com isso. Armas contra a justiça, ojeriza sobre a beleza e um estúpido sorriso no canto da boca. Ensaiei odes à loucura, violei a compaixão como uma virgem indefesa, sem remorsos, nem piedade, magnífica luxúria. Blasfêmias contra os deuses, insegurança contra os homens. A febre veio senti os pulmões ardendo em brasa, o corpo flagelado, os mártires decapitados. Ódio, ira, arrogância, vícios pérfidos e leais ao meu ego. Do tédio fizemos moradia, da vileza hábito contra a perfeição. Crueldade a favor dos fracos, moralistas, povos, desprezíveis e comuns. Sorrateiramente existi diante dos fatos, com um requinte de covardia fechei os olhos, fiz de conta de que nada sabia sendo cúmplice. Doença contagiosa, sentença final, desculpas esfarrapadas, sendo, pois assim é, morte sem culpado, assassino inocente e eu, eu gostaria de transpor guerras, essas foram minhas intenções, as inúteis batalhas que criei e jamais venci.
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