
Na noite as coisas fluem com certa intensidade. Era uma noite de sábado, céu estrelado, e assim como todas as noites de finais de semana, a maioria das pessoas procurava algum tipo de ocupação prazerosa. Albert motivado por essa vontade comum saiu de casa por volta das 23 horas. Ainda um pouco cansado, pois, havia trabalhado no mesmo dia no turno diurno, andava pela rua pensando no que iria fazer, já que estava cansado dos mesmos lugares que a cidade oferecia. Parou um instante, acendeu um cigarro e deu duas baforadas para o alto. Logo veio a sua mente uma idéia: “Essa noite irei ao único lugar em que nunca fui nesta cidade”, pensou ele, e seguiu a diante na avenida. O suposto lugar onde pensava em ir ficava a algumas quadras dali, a caminhada não era desgastante e, só assim ele economizaria parte do seu dinheiro. Ao chegar próximo do local avistou um aglomerado de pessoas. – O que fazem essa hora da noite? – indagou. Parou e ficou apreensivo olhando o que aquelas pessoas estariam fazendo. Eram cinco jovens e eles estavam agredindo um senhor idoso que indefeso e caído ao chão recebia pontapés e socos. Ao presenciar tal cena, Albert ficou extasiado sem saber que atitude tomar. “Nada posso fazer, eles são cinco e eu sou apenas um”, pensou, e assim se viu impotente diante de tal crueldade. Quando o velho pareceu ter desmaiado os cinco jovens correram e no lugar, o corpo do velho ficou estendido no chão coberto de sangue. Albert se aproximou do corpo e não percebia nenhum sinal de vida nele, o peito não se movia e isso lhe dava a impressão de que não respirava mais, “Deve estar morto” – pensou. Tentou movê-lo com o pé, empurrando e deslocando o corpo do lugar. O velho não reagia e Albert ainda sem saber o que fazer ficou ali de pé olhando. O velho realmente tinha morrido, sua face desfigurada e coberta de sangue impedia de se contemplar seus traços e/ou sua fisionomia. “Realmente nada posso fazer, este velho já se encontra morto, seu destino se efetuou”, Albert refletia. Ao pensar dessa forma lembrou do lugar para onde ia, e sem remorso algum deu continuidade ao seu itinerário. Estava ele a uns cem metros do lugar, viu que as portas de acesso estavam fechadas e não se via nenhuma pessoa por perto. Ao se aproximar da porta avistou uma placa branca com inscrições em preto que dizia o seguinte: “Aos que procuram por diversão em tempos cruéis e que da morte banalizam ignorando o valor da vida, este lugar, que tanto distribuiu felicidades velando as tristezas da natureza humana, hoje se encontra fechado, pois não existe mais felicidade e o sofrimento e a tristeza hoje são realidades indeléveis”.
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