Não existe liberdade a ser copiada, seguida
num consenso inibido e acanhado, entre indivíduos e/ou grupos. “A única
liberdade que nos serve é a que conquistamos, não a que nos doam, vendem ou
emprestam” (Freire e Brito, Utopia e Paixão), parafraseando um livro muito
simpático. Não devemos nos submeter a nada, qualquer submissão acarreta e faz
surgir o autoritarismo. Existem formas diversas de expressão da autoridade, e
quando não temos consciência disso fica difícil entendermos nossas relações por
inteiro (se é que isso possa ser possível). Temos que almejar a pluralidade não
a uniformidade de consensos. E a liberdade é uma luta constante, submetida ao
devir do tempo, da cultura e da vontade. Precisamos libertar nossas ideias e
partir para o novo em confronto com o estabelecido, imposto, determinável.
Mutações constantes, transformação diária, revirar as bases de qualquer
estrutura que se faz ou pensa em estabilidades. Não cristalizemos nossas ações,
nossa conduta, postura e desejo, não chegaremos nunca a um suposto fim. Não
existe fim a ser buscado, alcançado, por que sempre teremos algo a buscar,
almejar em detrimento do que alcançamos. Esse é meu entendimento sobre a
anarquia, sobre o punk e sua possibilidade de mutação, absorção de revoltas
semelhantes e que nos identifica. Os nomes são referências secundárias entre as
variações de sua espécie, se autoafirmamos é por indicação e representação do
que somos, nunca jamais algo estático, mas plural como é de ser. Não se trata
de rótulos, que são coisas descartáveis, estabelecidas, padronizadas, se trata
de transmitir aos demais o que somos e representamos, isso dentro de um
universo diverso que é a contracultura. No mais, almejamos a liberdade não
apenas como uma necessidade natural, mas também como uma conquista social e
individual.
Bom, pra quem gosta de uma boa música aqui vai uma dica que, em minha opinião, despertará a curiosidade acerca deste nome. Minha dica é o cantor, poeta, pintor e compositor Belchior. É isso pessoal, por mais que alguns afirmem que existem “intocáveis” compositores brasileiros, a exemplo de Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius, dentre outros, este cearense despertou minha curiosidade e me fez perceber que a música não tem limites estéticos, e que não existem tais cantores intocáveis. Sem bajulice ou coisa parecida, aqui escrevo sobre este figura por sentir e perceber a um bom tempo a qualidade de suas composições. A diversidade presente em sua obra é marcante e os ritmos se confundem numa salada de poesia, filosofia e estilos musicais. Inúmeras são as músicas que há tempo são apreciadas pelo gosto popular: “Apenas um rapaz latino-americano, Medo de avião, Fotografia 3x4 e Tudo sujo de batom”, são exemplos que já se tornaram banais. Sua originalidade estética não se resume apenas a es...
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